A série Chespirito: Sem Querer Querendo, recém-lançada na HBO Max, reacendeu memórias e tensões antigas entre os fãs do universo de Chaves. No centro da nova polêmica está Florinda Meza, atriz que interpretou Dona Florinda e foi companheira de Roberto Gómez Bolaños, criador da série e intérprete do personagem principal.
Com a repercussão dos episódios, parte do público reagiu com críticas severas à atriz, resultando em manifestações nas redes sociais e até pedidos para retirada de uma estátua inaugurada em sua homenagem.
A origem do conflito
A série, que busca retratar a trajetória pessoal e profissional de Bolaños, apresenta episódios sensíveis sobre sua vida íntima, incluindo o início do relacionamento com Florinda Meza. A trama sugere que os dois teriam se envolvido pouco depois da morte da primeira esposa do artista, Graciela Fernández, o que gerou grande incômodo entre os fãs.
Além disso, a narrativa da produção apresenta Florinda como uma figura controladora nos bastidores da série e chega a incluí-la em uma cena onde a personagem Chiquinha a chama de “bruxa”. O público, sobretudo os fãs mais nostálgicos, não reagiu bem à forma como a atriz foi retratada e muitos interpretaram o conteúdo como uma crítica direta à sua conduta no passado.
A resposta de Florinda Meza
Em uma carta aberta publicada nas redes sociais, Florinda Meza negou que tenha autorizado qualquer versão dramatizada de sua história pessoal. Ela afirmou que entrevistas antigas foram retiradas de contexto e se mostrou indignada com a forma como sua imagem foi tratada na produção.
“Minha vida não é um espetáculo a ser manipulado. Tudo o que vivi com Roberto foi com amor, verdade e dedicação”, escreveu a atriz.
Florinda ainda reforçou que não autorizou o uso de sua imagem e que estuda medidas legais contra os produtores da série, embora, até o momento, nenhum processo oficial tenha sido anunciado.
Fãs querem derrubar estátua em homenagem à atriz
A polêmica ganhou proporções maiores com a mobilização de grupos de fãs que exigem a remoção da estátua de Dona Florinda, localizada no México e inaugurada em 2019. A escultura homenageia o legado da atriz no universo da televisão, mas agora tem sido alvo de protestos e ameaças de depredação.
Apesar das manifestações online, autoridades locais e representantes da cultura mexicana saíram em defesa de Florinda, reforçando sua importância para a televisão latino-americana e pedindo que o debate não apague sua contribuição histórica.
O papel da série e os limites da dramatização
Chespirito: Sem Querer Querendo mistura fatos biográficos com liberdade criativa. No entanto, quando se trata de figuras públicas ainda vivas, como Florinda Meza, os fãs esperam respeito e responsabilidade no retrato de sua história.
Muitos espectadores questionam se os produtores exageraram na dramatização, em especial por não contar com a participação direta de vários membros do elenco original incluindo Carlos Villagrán (Quico), que teve sua imagem alterada na trama.
Por que isso importa?
A comoção causada pela série revela o impacto emocional que personagens como Dona Florinda, Chiquinha e Chaves ainda exercem sobre gerações de fãs. Também nos lembra da complexidade envolvida em se revisitar memórias afetivas por meio de séries biográficas.
Mais do que nostalgia, o caso reflete uma discussão maior sobre memória, legado e justiça narrativa.
O Pop Radar seguirá acompanhando essa história e trazendo atualizações sobre o desenrolar da série, a repercussão entre os fãs e as possíveis respostas legais de Florinda Meza. Afinal, o que se passa fora da vila do Chaves também diz muito sobre o que continua vivo no coração dos seus fãs.
